Desenvolvimento com Valorização do Trabalho


          A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino — Contee e as entidades Aliadas repudiam a afronta ao Estado Democrático de Direito representada pela condução coercitiva do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva pela Polícia Federal realizada na manhã desta sexta-feira (4). A truculência e arbitrariedade da medida, cometida contra um estadista que, ao longo de seus 70 anos e de sua atuação da vida pública, jamais se
           recusou a colaborar com a busca da verdade, evidenciam que o que está em jogo não é a Justiça. Prestam-se à
           condição de mero aparato de um espetáculo midiático cujo objetivo é interferir diretamente nos rumos políticos do
           país. É um ataque ao estado democrático de direito; uma ação que visa ao desgoverno, uma provocação de caráter
           eminentemente político. O único presidente operário e líder mundialmente respeitado, sindicalista, comprometido
           com o Brasil paga o preço por ser a cara de nosso povo.A mídia corporativa tem, já há algum tempo e de forma
           mais acintosa agora, atuado para desmantelar a imagem e as conquistas do Brasil com Lula. Depois das tentativas de
           golpe contra a presidenta Dilma Rousse‑ e os sucessivos ataques a Petrobras (que nada mais são do que manobras
           para saquear e entregar de bandeja um patrimônio nacional aos interesses do capital estrangeiro), o alvo agora é o ex-presidente. E o motivo é simples: o fato de que ele continua a ser a principal liderança do país e o nome dos trabalhadores e maior evidência para as eleições de 2018. Disfarçada de suposto combate à corrupção, a condução coercitiva praticada arbitrariamente nesta sexta-feira é, na verdade, uma tentativa de tirar Lula da cena política.
           Tentativa desesperada daqueles que têm medo do povo e das urnas.Professores e técnicos administrativos do setor privado de ensino, nós, da Contee, conhecemos bem a história brasileira e os golpes orquestrados ao longo dela. Como militantes do movimento sindical, também vivenciamos de
           perto a luta dos trabalhadores e trabalhadoras. Portanto, reconhecemos e aplaudimos todas as conquistas que só
           foram garantidas ao povo brasileiro após 2003, justamente no governo Lula. E isso inclui a valorização do salário
           mínimo, o acesso à casa própria, o aumento das vagas nas universidades, os programas que tiraram milhões de
           brasileiros da linha da pobreza e miséria. Conquistas inegáveis que as forças reacionárias que almejam voltar ao
           poder querem destruir.
           Acreditamos na Justiça como irmã da educação; não há uma sem a outra. E por isso mesmo defendemos que
           suspeitas e denúncias de corrupção devem, sim, ser investigadas e os comprovadamente culpados devidamente
           punidos. No entanto, essas são questões muito caras a nós, educadores e educadoras, para que permitamos que
           sejam usadas, de forma leviana e até criminosa, por aqueles que atacam a democracia e o Brasil.
           Nós não assistiremos inertes a essa ofensiva golpista, fruto de um conluio de setores endinheirados e reacionários
           com rami­cações no Judiciário, na Polícia Federal e no Ministério Público, apoiados e protegidos por uma mídia
           corporativa a serviço da elite dominante.
           Queremos e lutamos por uma educação pública e universal de qualidade referenciada nos interesses populares, por
           amplo acesso a saúde, por mais direitos trabalhistas e sociais. Lutamos por desenvolvimento com valorização do
           trabalho. Queremos o verdadeiro combate à corrupção secular em nosso país. E para garantir essas conquistas é
           imprescindível o estado democrático de direito.
           Por isso convocamos a todos, especialmente aos trabalhadores em estabelecimentos privados de ensino, para permanecermos em constante vigília e mobilização em defesa do Brasil, da democracia e contra as espúrias tentativas de golpe.
           Por isso o nosso repúdio. E por isso a nossa luta.
           Viva a democracia, viva ao povo brasileiro!
           São Paulo, 4 de março de 2016.